Setembro Verde: Diálogo Formativo orienta profissionais da educação sobre o ‘Desemparedamento da Educação Especial’

A Secretaria Municipal de Educação (Semed), por meio da equipe do setor de Educação Especial Inclusiva, promoveu na manhã desta quarta-feira (24), no Plenário da Câmara Municipal, um diálogo formativo com professores da educação especial, pedagogos e diretores. A atividade foi mediada pela professora doutora Giselle Lemos Schmidel Kautsky e teve como tema central o “Desemparedamento da Educação Especial”, proposta que convida a romper com o confinamento das crianças, ampliando e integrando os espaços de aprendizagem com a natureza e o território ao ar livre, especialmente no contexto da inclusão.
A pedagoga responsável pelo setor de Educação Inclusiva da Semed, Andresa Angela Pandolffi Santos, deu as boas-vindas aos profissionais do AEE, destacando o belo trabalho que cada escola vem desenvolvendo durante a campanha de inclusão social promovida pelo Setembro Verde. “Sejam todos bem-vindos a esse nosso momento formativo. Queríamos agradecer a todos vocês pelo empenho durante esse mês de setembro. Foram muitas as atividades que já chegaram até nós, fora outras que ainda vão chegar. Fizemos uma seleção desses momentos e foi muito emocionante ver como cada escola trabalha de uma forma tão diferente e especial. Não vimos ações padronizadas ou mecânicas, pelo contrário, cada iniciativa trouxe uma identidade única, repleta de criatividade e propósito. Parabéns a todos os professores, pedagogos e diretores que se empenharam nesse momento”, destacou.
Em seguida a subsecretária da Semed, Regina Azeredo, também chamou a atenção pelo belo trabalho comemorativo ao setembro verde desenvolvidos nas escolas. “O trabalho de vocês mostra realmente o quanto que nós avançamos no quesito da inclusão social. Ao organizarmos nosso relatório percebemos quantas ações. Tínhamos uma previsão para 2026 em atingir um público de 100% dos momentos formativos, porém já chegamos a essa marca mesmo antes do programado. Isso significa que as pessoas estão acreditando cada vez mais. Vocês já se deram conta da importância de cada um no espaço educacional, da diferença que vocês fazem não somente nas salas de aula, mas na vida dessas crianças? É por isso que nós acreditamos e fazemos acontecer. Parabéns todas as equipes que abraçaram essa causa”, completou.
Para abrilhantar ainda mais o momento, o aluno Silas Vilaça, da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Zilca Nunes Vieira Bermudes, que é autista, fez uma apresentação musical tocando teclado ao lado do seu professor Farlesson, trazendo boas vibrações ao encontro.
Desemparedamento da Educação Especial
A professora doutora em Educação Especial Giselle Lemos Schmidel Kautsky iniciou sua fala compartilhando sua trajetória de vida e a infância vivida na zona rural de Domingos Martins, onde cresceu em uma granja com 11 irmãos. Segundo ela, foi nesse ambiente familiar, observando as irmãs preparando materiais pedagógicos do curso de magistério, que teve seu primeiro contato encantador com o universo da educação.
Quando Giselle se mudou para o município de Viana ela foi para a escola, e lá, sua professora percebeu que ela já sabia ler, ao pronunciar as letras de um alfabeto da Cartilha Caminho Suave. “A professora olhou assutada para mim e perguntou como eu sabia ler, porque, segundo ela, só poderíamos aprender na escola”, falou.
Giselle iniciou sua apresentação contando a história de sua infância para mostrar o quão importante é o desemparedamento da escola, ou seja, como é possível usar de diferentes metodologias educacionais que muito ensinam as crianças sem estar dentro da sala de aula, como o contato com a natureza, por exemplo. Segundo ela, quando se rompe com o confinamento, os espaços de aprendizagem são ampliados e integrados com a natureza e o território ao ar livre.
Ela mostrou que desemparedar é ideia irmã do brincar, e para isso, citou vários estudiosos com o sociólogo Norbert Elias, o filósofo Walter Benjamin, o psicólogo Lev Vygotsky, dentre outros que mostraram que o ato social do brincar pode ter efeitos civilizatórios, libertadores, cultural e humano, por exemplo.
Um ponto interessante de sua apresentação foi mostrar que esse conceito do desemparedamento dialoga com ideias presentes na legislação brasileira, como a Constituição Federal(1988); o Estatuto da criança e do adolescente (1990); o PNEEPEI (2008); o Estatuto da pessoa com deficiência (2015) e o BNCC (2017, 2018), o que garante os direitos de aprendizagem e desenvolvimento das crianças por meio de experiências que promovam o contato com o ambiente natural, a exploração de recursos naturais e o desenvolvimento de habilidades sócio emocionais, como observado nas competências e nos campos de experiências da Educação Infantil.
“O que será de um planeta cuja infância e juventude crescem distantes da natureza, sem a possibilidade de desenvolver sentimentos de amor e compreensão clara, existencial, do que são os processos de nascimento, crescimento e morte dos frutos da terra. O sentimento de pertencimento ao mundo natural é fundamental à sustentabilidade do planeta”, indagou a professora.
O encerramento do Diálogo Formativo contou com a apresentação em Libras da turma do 3º ano da Emefti Ermelinda Giacomin Farina, sob orientação das professoras Maria e Camila, além da emocionante participação do estudante João Victor, da Emef Zenília Varzem Ribeiro.
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