PMA prepara leitos de retaguarda para casos mais graves

Desde antes da deflagração da pandemia, a Prefeitura de Aracruz acendeu o alerta para a necessidade de promover medidas de prevenção e bloqueio contra a chegada do novo coronavírus à cidade. Agora, com a confirmação dos primeiros casos, o alerta dado há quase 60 dias se mantém ainda mais urgente.
Se não houver uma adesão em massa em relação ao isolamento social, o contágio será exponencial, levando a um colapso no sistema de saúde do município, segundo afirma a secretária de Saúde Clenir Avanza.
Apesar dos cuidados antecipados do poder público municipal, por meio de decretos e portarias que deflagaram a situação de emergência e o estado de calamidade pública, a estrutura de saúde local, assim como acontece em outras partes do mundo, não dispõe de condições para atender a um número elevado de contaminados graves de modo simultâneo, caso isso venha a acontecer.
Por causa do prognóstico, os gestores e profissionais de saúde de Aracruz realizaram estudos e também se anteciparam à corrida contra o tempo para montar uma estrutura mínima que pudesse atender aos casos mais graves, mesmo com as limitações de recursos financeiros e de equipamentos.
O Comitê Sanitário de Enfrentamento do COVID-19 da Semsa realizou estudos para readequação da rede de unidades, remodelação e treinamento da equipe, contratação de médicos infectologistas e para o trabalho educativo e preventivo.
Readequação
A Prefeitura Municipal dispõe de um prédio com 80% das obras concluídas que poderia, por meio de uma reforma emergencial, ser utilizado como abrigo de leitos de retaguarda. A administração pediu através de ofícios enviados a grandes empresas ajuda para conclusão de parte dos pavimentos deste prédio, mas ainda aguarda resposta das organizações empresariais.
Como a prefeitura não dispõe de um espaço pronto para instalar um hospital de campanha - uma espécie de hospital provisório criado emergencialmente para desafogar a assistência até o restabelecimento das unidades hospitalares diante da superlotação – a decisão foi readequar espaços existentes dentro de algumas unidades de saúde.
Uma das estratégias foi readequar auditórios de algumas unidades para abrigar leitos de retaguarda. As unidades de Jacumpemba e de Barra do Riacho passaram por pequenas reformas para a formação destas enfermarias.
Os espaços foram readequados através da separação em boxes. Foi instalada a rede de oxigênio e de ar comprimido para dar o auxílio a estes pacientes e adquiridos monitores cardíacos de visualização dos sinais vitais dos pacientes. As macas serão retiradas das unidades de saúde que não estão funcionando e serão colocadas nestes leitos.
Da mesma forma, as salas de repouso da unidade de Jacupemba foram reativadas e adaptadas como enfermarias. Estes espaços ganharam 12 leitos para adultos e 04 leitos pediátricos. Já o auditório ganhou 09 leitos.
O auditório do pronto-atendimento de Barra do Riacho também passou por uma readaptação para abrigar leitos de contenção equipados para prestar a assistência. Ao todo, serão 12 leitos adultos e 05 pediátricos nas salas de repouso. E, nos auditórios, serão 09. Os leitos, assim que receberem pacientes, terão atendimento 24 horas, com o acompanhamento de uma equipe formada por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem.
Para unidades mais distantes da Sede, como é o caso de Guaraná, a estratégia será a oferta de kits de urgência e emergência que serão administrados por profissionais capacitados. O kit é composto por respirador, ou ventilador mecânico, e acessórios de entubação. A unidade de Mambrini, por exemplo, será mantida aberta com a presença de técnicos de enfermagem e enfermeiros para que a população tenha uma referência. Os casos receberão os primeiros atendimentos e serão encaminhados para a unidade próxima de Jacupemba. A ideia é disponibilizar um total de 23 leitos na rede municipal.
Treinamento
Outro investimento foi a realização de cursos de formação continuada de emergencista para os médicos sobre a necessidade de manipulação da via aérea avançada, ou seja, a entubação que, no caso de COVID-19, exige cuidados especiais para evitar o contato dos profissionais de saúde com aerossóis. O aerossol tem relação com a formação de partículas finíssimas sólidas ou liquidas num gás, e podem ter origem natural ou artificial. A contaminação do ar, por exemplo, é um tipo de aerossol.
Novo alerta
No entanto, o número de respiradores é um dos maiores desafios do plano de contingenciamento criado pela Secretaria de Saúde para enfrentar a crise. Não há onde comprar e a rede possui apenas sete respiradores. Ao todo seriam necessários 25 respiradores para atendimento do primeiro momento de surto, caso ocorra.
Outro desafio é o transporte dos pacientes, pois não existem ambulâncias e profissionais suficientes para o deslocamento com segurança destes pacientes em maior número.
“O grande problema desta contaminação é não termos como cuidar de todas as pessoas. Por isso, pedimos, mais uma vez, fiquem em casa, por favor, pelo menos nos próximos 14 dias, ou o sistema de saúde pública entrará em colapso. Porque a contaminação é muito rápida. A velocidade e a facilidade da contaminação é muito grande. Pra deter isso, somente o isolamento social”, destaca a secretária de Saúde Clenir Avanza.
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