Projeto "Papo de Responsa" vai abranger oito escolas da Rede Municipal de Ensino de Aracruz

Na manhã da última sexta-feira (29/03), durante reunião realizada no auditório do Polo UAB, os investigadores da ACADEPOL – Academia de Polícia Civil do Espírito Santo - Danielle Leonel, Sônia Márcia e Alessandro Da Vitória apresentaram o Projeto Papo de Responsa a oito diretores da Rede Municipal de Ensino. Os policiais, que compõem o Núcleo de Prevenção – Segurança Cidadã; Juventude, Cultura e Paz, bateram um papo com as diretoras das EMEF´s Placidino Passos, Zilca Nunes Vieira Bermudes, Ezequiel Fraga Rocha, Prof Maria Inês Della Valentina, Luiza Silvina, além do Cmeb Esther Nascimento e das escolas indígenas (EMEFI) Dorvelina Coutinho e Caieiras Velha, sobre esse projeto que foi criado por policiais civis do Rio de Janeiro e adotado no estado capixaba há seis anos. Ele vem para atuar em áreas de maior vulnerabilidade, com a realização de um trabalho de educação social nas escolas públicas.
A Secretária de Educação Ilza Rodrigues agradeceu a oportunidade e falou da importância desse projeto para Aracruz. “Quanto mais instrumentos a gente tiver para trabalhar em defesa de nossas crianças e da prevenção, menos violência teremos nas escolas. Esse projeto é muito importante. Quando a SEMED recebeu o convite da SESP - Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social para conhecê-lo, imediatamente já enviamos nossa equipe a Vitória, pois reconhecimento e informação nunca é demais”, comenta.
Ilza ainda relatou as dificuldades enfrentadas diariamente pelos professores e diretores na educação dos alunos. “Nossos educadores, que estão na ponta dessa lança, ficam muito reféns das situações. Pois cada dia é um fato novo que temos que enfrentar. Como recebo relatórios das secretarias, fico a par da situação e das ameças que eles recebem, e que não são poucas. Já ouvi de tudo, como uma criança de seis anos relatando a mim que já “zombou” de policiais que foram a sua casa cumprir mandado de busca e apreensão por tráfico, e nada encontraram, pois a droga estava escondida sob a cama de seu avô doente”, lembra.
A Policial Civil Danielle Leonel fez uma fala de apresentação aos diretores, abrangendo a atual conjuntura em que as crianças são educadas. “Hoje nossos alunos já estão sendo preparados para serem adultos. Nossos meninos e meninas estão dentro de casa, na maioria das vezes presos em um universo chamado internet, e que eu digo que é a rua da nova geração. E é nessa internet que nós pais perdemos o controle, pois temos o conforto de dizer que estamos cansados do trabalho, e assim deixamos nossos filhos em seus quartos presos nessa realidade. Eles são tão vulneráveis quanto aquelas crianças nascidas em áreas consideradas de risco. Hoje o desejo pelas armas e a sexualidade afloram muito cedo, pois todos só querem ser enxergados, independente de classe social. A criança que não é enxergada em casa é aquele que chega na sala de aula e desrespeita seu professor”, enfatiza.
A falha na educação
Danielle Leonel ainda lembrou que, quando um adolescente desemboca na delegacia, todos os setores falharam em sua educação. “Quando um jovem é preso como uma escória, muita coisa falhou, como as políticas públicas, a segurança, a religião, a saúde e a família. Por isso, com o Papo de Responsa, eu exerço meu direito de permanecer indignada com nossa situação e cheio de coragem, pois isso alimenta uma esperança. Não podemos enxergar a violência como algo natural”, ressalta.
O Papo de Responsa
Após as falas de Danielle, os diretores conheceram as especificidades do projeto que foi apresentado pelo Policial Civil Alessandro Da Vitória. Ele é uma ação educacional não formal que, por meio da palavra e de atividades lúdicas, discute temas diversos como prevenção ao uso de drogas e crimes na internet, além do bullying, direitos humanos, cultura da paz e segurança pública, aproximando os policiais da comunidade e, principalmente, dos adolescentes.
O projeto funciona em três etapas e as temáticas são repassadas pelo órgão que convida o Papo de Responsa, como escolas, igrejas e associações, dependendo da demanda da comunidade. No primeiro ciclo, denominado de “Papo é um Papo”, a equipe introduz o tema e inicia o processo de aproximação com os alunos. Já na segunda etapa, os alunos são os protagonistas e produzem materiais, como músicas, poesias, vídeos e colagens de fotos, mostrando a percepção deles sobre a problemática abordada.
No último processo, o “Papo no Chão”, os alunos e os policiais civis formam uma roda de conversa no chão e trocam ideias relacionadas a frases, questões e músicas direcionadas sempre no tema proposto pela instituição. Por fim, acontece um bate-papo com familiares dos alunos, para que os policiais entendam a percepção deles e também como os adolescentes reagiram diante das novas informações.
Próximas etapas do projeto
Após a apresentação do projeto aos diretores das oito escolas, inicialmente envolvidas, haverá três de ciclos de formações: uma envolvendo a direção de cada escola com os professores, outra com os alunos e, posteriormente com os pais, para que assim todos estejam envolvidos e cientes dos trabalhos a serem realizados entre escola e Polícia Civil.
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