Inclusão: Apae e Saúde levam atendimentos à Aldeia Indígena Comboios e Pau-Brasil em ação pioneira

Em um gesto que une cuidado, respeito e inclusão, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) Orla, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), iniciaram, na sexta-feira (10), um projeto inédito em Aracruz, denominado Projeto Apó, que significa Raízes. Juntas, as instituições levarão, todas as sextas-feiras, o atendimento conjunto da Apae Orla e do Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi) à Aldeia Indígena Comboios e Pau Brasil.
A iniciativa tem como propósito levar os serviços de saúde mental e de apoio às crianças e adolescentes com transtornos do neurodesenvolvimento até a comunidade indígena, situada em uma região de difícil acesso, onde a travessia só é possível por barco. A ação representa um passo importante na consolidação de uma política pública que ultrapassa barreiras geográficas para promover mais dignidade, cidadania e acolhimento a quem mais precisa.
Os profissionais do CAPSi e da Apae Orla estarão nas aldeias Comboios e Pau Brasil realizando atendimentos e orientações voltados a crianças, adolescentes e famílias que convivem com transtornos mentais, deficiências intelectuais ou múltiplas. Além de promover escuta qualificada e acompanhamento contínuo, a ação também tem caráter educativo, com o objetivo de orientar sobre o acesso aos serviços e os direitos garantidos pela rede pública, além de oficinas terapêuticas que estimulam o desenvolvimento da linguagem, motricidade oral e comunicação oral ou alternativa, linguagem expressiva e receptiva, fortalecimento identitário, trabalho motor, entre outros.
A escolha das duas aldeias se deve ao fato de concentrarem o maior número de usuários que dependiam do transporte realizado pelo carro da saúde indígena, cuja demanda estava se tornando insustentável, já que o veículo não conseguia atender todas as localidades.
Para a secretária de Saúde, Rosiane Scarpatt, o momento simboliza o verdadeiro sentido do serviço público. “Quando o poder público atravessa o rio e chega até as pessoas, nós estamos cumprindo o papel mais bonito da saúde, que é o cuidado. Essa ação é sobre garantir que nenhuma criança, nenhum jovem e nenhuma família fiquem à margem por conta da distância. É sobre ouvir, acolher e dizer que eles não estão sozinhos. É um gesto que fala de respeito, de equidade e de amor ao próximo. A Aldeia Comboios é parte viva da nossa história e da nossa gente. Quando o poder público e a sociedade civil caminham juntos, quem ganha é a comunidade, é o ser humano”, comentou.
A presidente da Apae Aracruz, Gilcinéa Xavier, destaca que a parceria reforça o compromisso da instituição com a inclusão e com a valorização da vida em todas as suas formas. “Levar os serviços da Apae até a aldeia é um marco. É fazer com que as pessoas sintam que o cuidado também chega até elas, independentemente de onde vivem. Essa ação nos emociona porque reafirma o poder transformador da inclusão e mostra que o amor e o respeito à diversidade podem atravessar qualquer rio. Essa é a essência da Apae, levar acolhimento, promover autonomia e garantir que todas as pessoas, com ou sem deficiência, sejam vistas, respeitadas e valorizadas em sua plenitude”.
Com essa ação pioneira, a Prefeitura de Aracruz e a Apae dão um exemplo de sensibilidade e responsabilidade social, reafirmando que a saúde e a inclusão não devem ter fronteiras. Levar os serviços até a Aldeia Comboios é mais do que uma iniciativa, é um gesto de humanidade que traduz o compromisso do município em construir uma sociedade mais justa, acessível e solidária para todos.
Seminário - Apae
A Federação das Apaes do Espírito Santo (Feapaes-ES), em parceria com a Apae Aracruz, realizou no dia 10 de setembro, na Aldeia Pau-Brasil (Aracruz-ES), o seminário “Direito, inclusão e visibilidade: reflexões e trocas de saberes para o Bem Viver das pessoas indígenas com deficiência”. O evento, inédito no Brasil, reuniu cerca de 300 participantes entre lideranças indígenas, especialistas nacionais e internacionais, autoridades públicas, famílias e equipes da rede.
O encontro promoveu um diálogo profundo entre saberes tradicionais e políticas públicas inclusivas, abrindo caminho para novos projetos e iniciativas que reconheçam a realidade das pessoas indígenas com deficiência e fortaleçam seus direitos.
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