Prefeitura esclarece população sobre o suposto Hospital de Pequeno Porte na Barra do Riacho
A Prefeitura de Aracruz se reuniu na noite da última quarta-feira (19) com lideranças comunitárias da Barra do Riacho para esclarecer sobre a real situação do suposto Hospital de Pequeno Porte da Orla, inaugurado em dezembro de 2020, mesmo com as obras inacabadas.
Essa reunião aconteceu com objetivo de apresentar o contexto do suposto HPP e a realidade que foi constatada após vistorias técnicas. Também foi feita uma auditoria pela Controladoria-Geral do Município, cuja análise verificou que foram cometidas dez irregularidades no processo de criação do suposto Hospital de Pequeno Porte, no ano passado.
Diante as irregularidades identificadas, a atual gestão da Prefeitura de Aracruz tomou as seguintes providências: envio do relatório de auditoria para o Tribunal de Contas e para o Ministério Público para apurar a conduta do ex-prefeito e da ex-secretária de saúde; inclusão das irregularidades detectadas na prestação de contas referente a 2020 enviada ao Tribunal de Contas.
Na reunião, o prefeito de Aracruz, Dr. Coutinho, disse que era inviável inaugurar uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) no local. Faltavam equipamentos fundamentais e profissionais especializados para o funcionamento correto, além de problemas na estrutura. Essas questões identificadas são provas de que não era possível abrigar um serviço importante e delicado no local, segundo ele.
“Foi montada uma caricatura de UTI aqui na Barra do Riacho. Houve, na verdade, um desperdício de recursos e a inauguração de uma obra inacabada. Isso tudo gerou uma falsa expectativa na população. Peço, agora, que chamem esse lugar de Pronto Atendimento da Barra do Riacho”, afirmou o prefeito.
Para entender melhor: veja as ilegalidades cometidas na criação do suposto HPP:
De acordo com a Controladoria-Geral do Município, as conclusões feitas pela auditoria foram baseadas em análises fundamentadas em um conjunto de documentos técnicos. Foram constatadas dez irregularidades. Veja:
- O SUS estabelece vários procedimentos para criar um Hospital de Pequeno Porte, como parte de um planejamento de viabilidade que visa avaliar as principais doenças a serem atendidas, como elas afetam a população, os tipos de serviços a serem oferecidos, as demandas físicas e humanas, dentre outras. Esse estudo não foi feito pela gestão anterior.
- Para calcular a quantidade de leitos e serviços médicos, além da estrutura profissional, o SUS também estabelece um procedimento. Esse procedimento também não foi feito pela gestão anterior.
- Após os estudos de viabilidade serem feitos, o planejamento precisa também de ser aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, que é formado por representantes das comunidades, o que não aconteceu.
- Uma avaliação das Instalações físicas disponibilizadas deixou claro que não atendiam às normas da Anvisa, e que provocariam risco à saúde de funcionários e usuários.
- Detectou-se também a ausência de equipamentos médico-hospitalares essenciais ao funcionamento de uma unidade hospitalar, também descumprindo normas do SUS.
- Não havia disponibilização de equipes de saúde mínimas para funcionamento de um hospital de pequeno porte.
- Os valores para manter um hospital são altíssimos e continuados. A gestão passada não avaliou o aumento de despesa no município com a criação do HPP, e não deixou a programação de recursos para a gestão seguinte.
- Foram utilizados recursos oriundos do combate à Covid 19 para contratar obra para um hospital permanente, sendo que a lei que disponibiliza esses recursos especiais prevê sua utilização em estruturas temporárias, como hospital de campanha ou contratos temporários.
- As obras foram pagas sem o oferecimento de serviços à população. A lei prevê que a contratação da obra deve permitir a sua pronta utilização. Meses após inaugurado nunca houve atendimentos à população, justamente por não ter condições de uso.
- A gestão anterior inaugurou uma obra inacabada, sem condições de funcionamento, o que é ilícito, violando também os princípios da economicidade, moralidade e impessoalidade.
O futuro do PA da Barra do Riacho
Durante a reunião da última quarta-feira (19), o prefeito Dr. Coutinho anunciou os novos rumos do Pronto Atendimento da Barra do Riacho. Além do funcionamento 24h do PA, a unidade também será reforçada com atendimentos do programa Saúde da Família. Terá farmácia, atendimento em fisioterapia, odontologia, raio x, laboratório e melhorias no atendimento clínico. Tudo isso será feito após o necessário planejamento e sua aprovação pelos órgãos e entidades fiscalizadoras.
O prefeito esclareceu também que os leitos destinados ao Hospital São Camilo, retirados do Pronto Atendimento da Barra do Riacho, não foram doados, mas sim cedidos por empréstimos.
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