Professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) participam da formação “Descomplicando o autismo: definição e manejo”

Publicado em: 22 de maio de 2025
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Renato Lana
Professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE) participam da formação “Descomplicando o autismo: definição e manejo”

Formação destinada aos professores de Educação Especial: Deficiência Intelectual, Auditiva e Visual foi realizada na tarde desta quarta-feira (21) pela secretaria de Educação (Semed), no Plenário da Câmara Municipal. Ministrada pela fisioterapeuta e pós graduada em neurologia Desiara Pesca e pela psicóloga comportamental Jully Mutz, que é pós graduada em Análise do Comportamento Aplicado ao Autismo e Transtornos do Desenvolvimento, ambas da Associação de Mães, Pais e Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes).

O evento também contou com as presenças das equipes da Educação Especial dos municípios de João Neiva, Ibiraçu e Fundão. Desiara iniciou a formação mostrando o conceito de autismo, que segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), trata-se de um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pelas dificuldades de interação social, comunicação e comportamentos repetitivos e restritos.

“O que seria esse transtorno do neurodesenvolvimento? Toda criança tem um tempo para começar a fazer determinada coisa. Aos seis meses, por exemplo, ela precisa começar a sentar. Damos dois meses antes e depois, e caso ela não comece a fazer o movimento, temos que ligar o ‘pisca alerta’. Ou seja, se uma criança apresenta alguma dificuldade motora, isto é o cérebro, ou o neurodesenvolvimento que está com algum atraso”, explicou.

Ainda de acordo com Desiara, a pessoa autista, sendo ela criança, adolescente ou adulta, apresenta dificuldades de interagir socialmente, de se comunicar e tem comportamento restrito e repetitivo. “Na escola, a criança autista apresenta, por exemplo, dificuldades de participar de apresentações, de rodinhas de conversa, de ficar em locais agitados ou com muita gente. Isso é interação social, sendo que a pessoa sem autismo tem essa atenção compartilhada e a capacidade de conversar com várias outras ao mesmo tempo. Vale ressaltar que a comunicação não se dá somente pela fala, também com gestos e olhares, e os autistas, muitas vezes, não têm essa compreensão”, ressaltou.

Aos professores também foram apresentadas as causas do autismo, que são multifatoriais, ou seja, podem estar ligadas a fatores genéticos, sendo 81% hereditário e 18% mutação, além de fatores ambientais e intrauterinos, como complicações na gestação, parto ou uso de medicamentos, se manifestando, em 75% dos casos, no sexo masculino. Existem também os diagnósticos tardios, ou seja, a pessoa descobre que é autista, quando já é adulta, o que acontece com muita frequência.

Dando sequência às apresentações, as profissionais da Amaes destacaram alguns outros sinais que se manifestam, por exemplo, em ocasiões em que a criança não atende quando chamada pelo nome, não mantém contato visual, faz pouco uso de gestos, se apega excessivamente a alguns objetos, dentre outros. Uma outra condição é a presença de alguma deficiência intelectual (DI) ou transtornos e distúrbios do sono. Durante as apresentações, os professores também puderam trocar ideias, fazer relatos de experiências e perguntas para sanar suas dúvidas quanto ao tema abordado.

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