Consciência Negra: um bate papo com a Rainha Astrogilda
Em paços mansos, Dona Astrogilda caminha até a sala de sua residência, localizada em umas das antigas ruas de Vila do Riacho, município de Aracruz. A Rainha do Congo Capixaba vive com a família em uma casa simples, mas que revela memórias preciosas desde os retratos e objetos expostos em estantes e paredes, até as próprias lembranças.
“Hoje é dia de Zumbi dos Palmares! Hoje é dia da Consciência Negra!”, logo enfatizou, dando início a uma manhã de conversas e causos, na companhia da secretária de Turismo e Cultura, Flávia Cândida, secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, Rosilene Felipe dos Santos Matos e a gerente de cultura da Sentur, Mônica Pimentel.
PMA – Zumbi dos Palmares foi um guerreiro importante para o movimento de resistência contra a escravidão...
ASTROGILDA - “Sim... Zumbi lutou e morreu por nós para salvar nossa consciência. É um símbolo da libertação do povo da pele preta e hoje é um momento para mostrar que o sofrimento do negro ainda não acabou”.
PMA – Mas o que você entende por consciência?
ASTROGILDA – “É se afirmar... saber que ninguém vai desfazer quem eu sou. É ter paz e ter respeito por todas as outras pessoas, independente da cor da pele”.
Mulher negra, nascida na Bahia, neta de escrava, filha de uma mistura Afro com Butocudo. A Rainha Astrogilda é um ícone da luta pela igualdade e principalmente pela resistência de uma das expressões culturais mais importantes do Espírito Santo e até do Brasil: o Congo.
PMA – Neste sentido, o que o congo representa para vocês?
ASTROGILDA – “No congo somos felizes e tristes ao mesmo tempo. Enquanto brincamos, também choramos lembrando os nossos antepassados. É também um canto de vitória, uma libertação”.
PMA – E imagino que foram muitas histórias durante sua vida até se tornar rainha do congo capixaba...
ASTROGILDA - “A minha avó foi escrava e me contava muitas histórias... Ela foi liberta por uma “junta de bois” que minha bisavó entregou ao senhor que estava com ela.”
PMA – Na sua opinião, racismo e preconceito ainda são questões que atingem a população negra no Brasil?
ASTROGILDA – “Sim! E o preconceito tem que acabar. Todos nós temos sangue igual.”
PMA – Mas qual o caminho para “acabar” com esse mal?
ASTROGILDA – “É o amor, o carinho, a moral e a igualdade! É ter respeito e amar uns aos outros”.
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