1ª Semana Acadêmica do Polo UAB Aracruz: 2º dia do Seminário de Projetos Aplicados à Gestão da Inovação debate a educação anticapacitista

O 2º dia do Seminário de Projetos Aplicados à Gestão da Inovação teve como pauta central a educação anticapacitista – práticas inclusivas e inovadoras. O assunto foi apresentado pelo professor Eduardo Henrique de Souza Machado, mestre em educação e professor de Educação Profissional e Tecnológica Educacional na Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Secti/ES), com especialização em rede de computadores, informática na saúde e impacto da violência na escola.
O evento contou ainda com as presenças da subsecretária de Educação (Semed), Regina Ramos Azeredo, e da coordenadora do Polo UAB de Aracruz, Raldinéia Marim Sarmengh. “É tão bom quando falamos desse segundo momento de nosso trabalho. É uma grande satisfação, e agradeço a nossos estudantes, professores mediadores e tutores. Quando falamos em educação, falamos de inovação. Esse seminário e essa semana acadêmica têm um público privilegiado. Que tenhamos uma noite produtiva, pois vamos aprender sobre gestão de inovação e práticas inclusivas dentro dessa concepção de inovação e tecnologia. Aracruz vem avançando nessa discussão, e por isso, não poderíamos deixar de promover a nossos acadêmicos esse momento educativo e formativo”, pontuou Raldinéia na abertura do evento.
Em seguida, representando a secretaria de Educação (Semed), a subsecretária Regina Ramos Azeredo, parabenizou o Polo por essa iniciativa. “Parabéns a vocês pela realização dessa semana acadêmica, que acontece em um momento em que sabemos da grande importância de estarmos imersos nesses conhecimentos. Hoje, falar de educação inclusiva vai muito além de conhecimentos, pois envolve sensibilidade, de se colocar no lugar do outro e de conhecer os aspectos necessários para podermos avançar ainda mais, garantindo a educação como direito de todos. É muito gratificante ver que essa temática veio para esse público acadêmico, porque se faz necessário e urgente”, ressaltou.
Iniciando os trabalhos do segundo dia do seminário, o professor Eduardo Machado apresentou o conceito de capacitismo, que é o preconceito contra pessoas com deficiência. “A gente cria um padrão de normalidade, e achamos que todo mundo que está fora desse padrão, não serve, pois subjugamos as pessoas com deficiência, assim é a sociedade e o mercado de trabalho. Nós criamos um padrão e queremos que todas as pessoas sigam ele. Porém, graças às conquistas que temos conseguido, e às legislações, essas pessoas estão frequentando mais as escolas e o mercado de trabalho”, explicou.
Por meio de slides, o professor mostrou que esse preconceito é algo intrínseco às pessoas, que faz parte do dia a dia, e que se manifesta até em falas e expressões, como por exemplo, “que mancada”; “João sem braço”; “estou cego de raiva”; “não temos braço pra isso”; “em terra de cego, quem tem um olho é rei”, dentre outras.
“Antes de estudar, eu era um capacitista, porém, quando comecei a dar aula encontrei alunos com deficiência, e a própria escola já subjugava suas capacidades. Comecei a estudar como as tecnologias podem ajudar a vida delas. Eu achava que os deficientes, ao fazer alguma atividade, eram super-heróis. Essa é a visão que as pessoas têm, pois pensam que o deficiente não pode fazer o que elas fazem. Quem disse que não pode? A verdade é que o aluno com deficiência precisa de uma ferramenta, e ele tem o mesmo direito de aprender”, enfatizou.
Eduardo Machado ensinou aos graduandos que não se pode ter dó das pessoas com deficiência, pois essa é uma visão capacitista, achar que são “coitadas”. “Estamos diante de situações muito comuns em todos os locais. Temos que nos expressar de outras formas, sem usar esses dizeres preconceituosos”, completou.
LBI 2015 e Decreto Nº 10502/2020
Em 2015 foi instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
Já o Decreto Nº 10502/2020 é a Nova Política Nacional de Educação Especial. Ambos são conquistas que ajudam a coibir a exclusão/segregação, promovendo assim, a integração e a inclusão, sendo a educação capacitista uma visão de vencer barreiras e criar acessibilidade. A partir da LBI em 2015, o termo “especial” deixou de ser usado, para ser incorporado o termo Pessoa com Deficiência (PCB).
A 1ª Semana Acadêmica do Polo UAB Aracruz é uma iniciativa do Sebrae, com apoio das secretarias de Desenvolvimento Econômico (Semde) e Educação (Semed) da Prefeitura de Aracruz e Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), é destinada a empreendedores, pesquisadores, inovadores de diversas áreas, com o objetivo de propor uma discussão de tendências, desafios e oportunidades do ecossistema de inovação.
Nesta quarta-feira (26), terceiro e último dia dos seminários contará com apresentações da professora Dra. Mainã Mantovanelli da Mota, coordenadora Pedagógica na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Misael Pinto Netto e do professor Tutor Presencial do curso de pós-graduação em Gestão e Docência EAD – Ifes/Cefor, Juliano Adriano Cardoso.
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